No início do mês de junho foi lançado pelo Governo Federal o Plano Safra 2021/2022, que teve como uma das maiores mudanças o aumento significativo do percentual dos valores destinados a investimentos. Do montante total do plano, R$ 177,78 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões serão para investimentos, valor com um aumento de 29% comparado ao plano anterior.
Em Goiás, o Plano Safra 2021/2022 trouxe mais possibilidades quanto a investimento em tecnologia e uma maior destinação para financiamentos para construção de armazéns. O produtor rural que consiga instalar o armazém em sua propriedade poderá cortar custos na sua produção vez que terá uma redução quanto ao custo do frete e transporte, já que não mais terá de arcar com o transporte da sua produção de grãos até o armazém no qual os grãos seriam depositados, de Traders ou armazéns de terceiros.
“O custo será somente para o transporte dentro da própria propriedade rural do produtor. Há aqui uma prevenção quanto a desperdícios de grãos no trajeto da fazendo até uma Trader ou armazém de terceiro, além de ganhar tempo pois, evitará as enormes filas de caminhões que se formam na porta dos armazéns nas épocas de colheita”, explica Luis Vorique.
Ainda segundo o advogado, o produtor poderá também se proteger de oscilações dos preços dos grãos.
“Estando a produção armazenada em sua própria propriedade, o produtor rural poderá se organizar melhor para que possa vender sua produção em momentos mais favoráveis, além de poder melhor controlar a qualidade dos grãos que serão vendidos, o que diminui eventuais descontos na hora da venda dos grãos por não atendimento das qualidades padrão estabelecidas para cada tipo de grão”, diz o especialista.
Advogado Especialista em Direito do Agronegócio
Busca de recursos
O Financiamento da atividade agropecuária é de suma importância para o desenvolvimento da produção nacional, seja por meio do Plano Safra ou por meio de captação de recursos junto ao mercado financeiro ou bancos privados.
Segundo o advogado especialista em direito do agronegócio Luis Vorique, “é a partir do financiamento que pequenos, médios e grandes produtores conseguem os recursos necessários não só para a produção, mas para investimentos que trarão melhorias e aumento na rentabilidade da atividade”
Ainda de acordo com o especialista, há também o financiamento voltado para novas tecnologias aplicadas ao campo, o que faz com que a atividade, por meio de uso de tecnologias mais modernas, se torne mais eficiente e ao mesmo tempo ajude na aplicação de práticas mais sustentáveis.
“Sem o financiamento do Agronegócio, há um enfraquecimento do setor como um todo, não só dos produtores rurais”, afirma Luis Vorique.
O Plano Safra 2021/2022 trouxe um fortalecimento do Pronaf , com um aumento de 19% em relação ao plano anterior, contando com R$ 39,34 bilhões, sendo que R$ 21,74 bilhões são para custeio e comercialização e R$ R$ 17,6 bilhões para investimentos.
Além desse aumento geral, houve também a expansão do Pronaf Bioeconomia, incluindo financiamento para Sistemas Agroflorestais, construção de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes e projetos de turismo rural que agreguem valor a produtos e serviços da sociobiodiversidade.